SOU DONA DO BREGA MAIS POBRE DO MUNDO!
Gritava seu coração de puta se sentindo suja pela falta de amor. Ela queria sim ser amada, beijada e chamada pelo nome, e não apenas de puta. Ela queria se jogar na cama, na certeza que alguém acariciaria seu rosto no final da queda.
É ser puta sim! Mas é ser amor, cor, sentimento, é reverberar os átomos que constituem só conceitos do que é ser puta.
Na real, ela só queria deitar e dormir para descansar da longa jornada de trabalho que teve. E por fim GOZAR...
Destinamos este blog para uma pesquisa em Artes, especificamente o Estágio Supervisionado IV: Prática artístico-pedagógica em extensão, do curso de Licenciatura em Teatro. O objetivo aqui é relatar um processo de criação em teatro sobre a performatividade da puta. (Interesses não só para essa pesquisa, como para a vida toda: Rudolf Laban, A. Artaud, J. Grotowski, Performance art, Dramaturgia, Prostituição, Teatro Performativo, Dança-teatro, Teatro Fisico, Cinema, dentre outros.)
sábado, 12 de março de 2016
Laban e a construção performativa da puta
Na última prática, optamos por criar uma sequência tendo como base as ações corporais e contrastantes do método Laban.
Corporais:
Andar
Correr
Rolar
Deitar
Contrastantes:
Derreter
Envolver
Sumir
Recebemos a visita da professora da disciplina, Cristiane Barreto, que veio com a finalidade de observar e sugerir mecanismos de dinamizar o processo de criação.
Ao final, deixei os atores construírem uma cena. Foi bem interessante pois eles se apropriaram dos escritos do encontro passado.
domingo, 6 de março de 2016
Continuando o diário do encontro passado, após as composições dos solos a partir das frases de estímulos, solicitei que os atores/performers criassem algo escrito, qualquer coisa: poesia, texto narrativo, música, texto dramático, e etc.
"-Sempre disse isso a vocês: “as mulheres estão vazias. São vazias.
Não desejam, não temem, nada querem.” Então, o que somos além de putas? Será
que eu vou me aposentar nesse mar de merdas podres? Será que nada vai mudar? Então,
me respondam! (silêncio)
Não é ser puta o que me tira o sono, mas ser a puta somente é o que
mais me aproxima do vazio, acompanhada apenas pelo odor do sexo quando não se
ama, quando não se chama ao menos pelo o nome, e não a puta..."
(Jomir)
"Ela, como todas as moças de família conservadora, com todos os
caprichos que poderia ter, decidiu por um fim, fazer o que mais lhe agradara,
ser transgressora, ser dona da sua própria história, afinal, nunca nasceu para
ser Amélia, preferiu então ser uma ninfeta da Dama das Camélias."
(Jéssica)
“Já decidi há muito tempo. Veja essas coitadas que engravidam e aí ou
tem que se virar, largar a vida e cuidar do bebê, ou abortam. Aí já sabe, né?
Muitas amigas já morreram nesses açougues da vida. Contar com o macho que meteu
gostoso ninguém pode contar! Ainda mais
sendo quem somos. Então eu compro e tomo todo dia, sem falta! Quero
continuar livre e só minha.”
Essa puta sou eu mesma.
(Ayrane)
Na criação do último encontro (03/03) utilizei como estímulo, frases aleatórias encontradas em alguns livros de casa. Cada ator/performer construiu células/solos com ações básicas de Rudolf Laban (nossa maior referência). As ações foram as seguintes:
Flamejar
Cortar
Pressionar
Sacudir
Torcer
Deslizar
Nosso encontro resumiu-se da seguinte forma:
1º Prática de alongamento livre;
2º Prática de aquecimento (relembrando as três primeiras ações básicas aplicadas no encontro passado);
3º Aplicação das últimas três ações;
4º Composição de células a partir das ações e das seguintes frases:
Flamejar
Cortar
Pressionar
Sacudir
Torcer
Deslizar
Nosso encontro resumiu-se da seguinte forma:
1º Prática de alongamento livre;
2º Prática de aquecimento (relembrando as três primeiras ações básicas aplicadas no encontro passado);
3º Aplicação das últimas três ações;
4º Composição de células a partir das ações e das seguintes frases:
“As mulheres estão vazias.
São vazias. Não desejam, não temem, nada querem.”
“O anticoncepcional, como
todos os dispositivos e maquinismos, pode ampliar nosso âmbito de liberdade e
escolha.”
“E a bela adormecida? A
bela adormecida são todas as mulheres do
mundo. Durma, minha filha, durma até o dia do seu casamento.”
Cada ator/performer escolheu locais no espaço da sala, e nesses ambientes, dedicou-se à pesquisa dos movimentos, seleção das ações e composição de solos.
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