domingo, 6 de março de 2016

Continuando o diário do encontro passado, após as composições dos solos a partir das frases de estímulos, solicitei que os atores/performers criassem algo escrito, qualquer coisa: poesia, texto narrativo, música, texto dramático, e etc.

"-Sempre disse isso a vocês: “as mulheres estão vazias. São vazias. Não desejam, não temem, nada querem.” Então, o que somos além de putas? Será que eu vou me aposentar nesse mar de merdas podres? Será que nada vai mudar? Então, me respondam! (silêncio)

Não é ser puta o que me tira o sono, mas ser a puta somente é o que mais me aproxima do vazio, acompanhada apenas pelo odor do sexo quando não se ama, quando não se chama ao menos pelo o nome, e não a puta..."
(Jomir)


"Ela, como todas as moças de família conservadora, com todos os caprichos que poderia ter, decidiu por um fim, fazer o que mais lhe agradara, ser transgressora, ser dona da sua própria história, afinal, nunca nasceu para ser Amélia, preferiu então ser uma ninfeta da Dama das Camélias." 
(Jéssica)



“Já decidi há muito tempo. Veja essas coitadas que engravidam e aí ou tem que se virar, largar a vida e cuidar do bebê, ou abortam. Aí já sabe, né? Muitas amigas já morreram nesses açougues da vida. Contar com o macho que meteu gostoso ninguém pode contar! Ainda  mais sendo quem somos. Então eu compro e tomo todo dia, sem falta! Quero continuar  livre e só minha.” 
Essa puta sou eu mesma.
(Ayrane) 

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